terça-feira, 11 de outubro de 2016

O Disfarçado

Informações:
– Concurso de Outubro da página Ficwriter Facts.
– Título: O Disfarçado.


O vento soava fora da mansão. Eram vinte horas. O céu estava escuro. Mas a sala, essa estava totalmente decorada e cheia de cor. Candeeiros ligados, comida e bebida. Era a dança do fim de ano vampiro. Todos os alunos estavam presentes. Nenhum humano era convidado, apenas vampiros. Era o baile de finalistas vampiresco. Os humanos que entrassem eram logo mortos ou presos eternamente, ou melhor dizendo, presos até morrerem sem água ou comida.
Um grupo de cinco amigos entrou dentro da mansão. Duas mulheres e três rapazes. Elas com vestidos bonitos e esvoaçantes, eles com fatos elegantes.
– Pareces ter saído de um manicómio, Bruno. – Comentou Zulmira, uma jovem de cabelo preto.
– Zulmira. – Repreendeu Miranda, a que tinha mais bom senso no grupo.
– Durante o dia pareço um mendigo, hoje tenho que parecer demente. É o nosso último dia como finalistas. – Respondeu ele.
– Pareces cansada, Miranda. – Falou Mário, que olhava para a amiga preocupado.
– Não gosto muito de me expor. E foi a Zulmira que me emprestou o vestido. Se não fosse ela, nem vinha.
– Mas tinhas de vir! É o nosso último dia! - Exclamou Tomás, que não tinha falado até entrar na mansão.
– Último dia na faculdade de vampiros. – Acrescentou o Bruno.
– Já sabem como ela é. Muito calma e com pouca autoconfiança. Até parece que se esqueceu que namorou com o vampiro mais bonito da nossa turma. – Disse Zulmira.
– Que me traiu com a vampira mais bonita da nossa turma. – Suspirou a Miranda.
– Quem precisa de namorar com o mais famoso da escola, ou da turma, ou o que for, se temos o melhor grupo de amigos?! – Inquiriu Tomás.
A pergunta não teve resposta. O grupo de amigos dirigiu-se para o centro da sala. A Miranda e a Zulmira dançaram com o Bruno e o Mário, enquanto o Tomás bebia e olhava para todas as raparigas que entravam na casa. Reparou que um humano foi descoberto ao entrar na mansão e levado por dois finalistas vampiros. Seria morto?! Talvez.
Às vinte e três horas foram coroados o rei e a rainha do baile. A Zulmira foi a vencedora e ela adorou. Aliás, adorava ser o centro das atenções, logo não foi um problema. O rei do baile foi o mais bonito da turma, como era hábito.
Uma hora depois, os cinco amigos saíram da mansão e entraram dentro do carro, questionando-se uns aos outros (e a eles mesmos) quem iria conduzir.
– Não estiveste a beber? – Inquiriu a Miranda que via o Tomás a entrar no lugar do condutor.
– Sim, mas fui o que bebi menos. – Respondeu ele.
– Eu vou a conduzir. Somos vampiros. Qual é o problema de termos um acidente?! – Questionou o Mário.
O Tomás queria protestar, mas não foi a tempo. A Zulmira quase que o empurrou para dentro do automóvel.
O motor foi ligado e o carro começou a andar. O Mário conduzia apenas com uma mão e, estando bêbado, a condução não era segura. O veículo ganhou velocidade e apenas se via as luzes do carro. A noite era escura e com pouca iluminação.
– Pessoal, Mário, podias abrandar? - Perguntou o Tomás, um pouco com receio.
Todos os amigos se riram, até mesmo Miranda, a pessoa com mais bom senso do grupo. Ninguém entendia a inquietação do amigo. Eram vampiros, mesmo que tivessem um acidente continuariam "vivos".
O Mário começou a brincar com o estado de espírito do Tomás e começou a prestar pouca atenção à estrada.
– Para o carro, Mário. Eu prefiro ir a pé. – Ordenou o Tomás, nervoso e com receio.
– Mas qual é o teu problema?! – Inquiriu Mário, olhando para trás, para o amigo.
Nesse momento, o carro virou totalmente para o lado direito e saiu da estrada. O pânico atingiu o receoso colega. O carro capotou. O Tomás tentou colocar as mãos na cabeça e rezar. Rezar para não morrer. Antes de o carro finalmente parar e o silêncio começar ouviu-se um grito.
– Não! – Era feminina. Talvez da Miranda.
Quando todos os colegas ouviram o grito da colega e tentaram localizá-la viram sangue. Um cheiro de sangue humano emanava dentro do carro. Sangue humano?! Mas eles eram vampiros. O corpo inanimado era de um dos colegas. Tomás, o colega que estava com medo.
– Tomás? Tomás? – Miranda tentou aproximar-se do amigo e desapertar o seu cinto de segurança.
Todos estavam chocados. Tomás afinal era humano. E enganou os colegas durante três anos.
Enquanto todos olhavam uns para os outros e para o corpo de Tomás, Zulmira teve uma ideia.
– Vamos transformá-lo. A dor será grande para todos. Um de nós pode fazê-lo. Eu posso fazê-lo.
... E assim foi...
– Tomás! – Foi a primeira coisa que ele ouviu após acordar.

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